Transcrevemos a matéria de Leda Letra, da Rádio ONU, Nova York:
A ONU (Organização das Nações Unidas) comemora o Dia
Mundial do Meio Ambiente neste 5 de junho com um alerta: todos os anos, 1,3
bilhão de toneladas de alimentos são desperdiçados.
Segundo o Pnuma, Programa da ONU para o Meio Ambiente, um
terço da comida produzida no mundo vai parar nas lixeiras dos consumidores,
vendedores, agricultores e transportadores.
Esse desperdício vale US$ 1 trilhão e seria suficiente
para alimentar 870 milhões de pessoas que passam fome. Em mensagem, o
Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou a importância de se buscar
soluções para a enorme perda de alimentos.
Para Ban, o desperdício chega a ser "uma ofensa para
os que têm fome e representa um custo enorme para o meio ambiente, em termos de
energia, terra e água".
O Pnuma ressalta que os alimentos descartados desperdiçam
energia e combustível usado para o seu transporte. Além disso, a decomposição
de comida elimina uma grande quantidade do gás metano.
Campanha
A ONU lançou uma campanha para aumentar a conscientização
sobre o problema. Neste ano, a Mongólia foi o país escolhido como sede das
comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente.
Do Rio de Janeiro, a coordenadora do Pnuma no Brasil,
Denise Hamú, falou sobre o tema da iniciativa.
"Pensar, Comer e Conservar, que está sendo discutida
no mundo todo, em que realmente a gente vê a questão de jogar alimentos que
estão próprios para consumo no lixo. E as outras partes desse mesmo problema,
como a produção em termos de desmatamento, onde tem que ampliar áreas para a
produção de alimentos e consumo, compra, usar coisas de descarte."
Denise Hamú participou do lançamento da Semana do Meio
Ambiente, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. No evento, o cientista Luiz
Pinguelli Rosa, afirmou ser possível erradicar a pobreza e preservar o meio
ambiente, desde que haja uma mudança na atitude dos consumidores.
"É possível, sim, mudando o elevadíssimo padrão de
consumo das camadas mais ricas de todas as sociedades, incluindo as sociedades
dos países em desenvolvimento, como o Brasil. É inevitável aumentar a produção
de alimentos para atender a demanda do mundo."
Para isso, Pinguelli Rosa indica a promoção de um modelo
de agricultura de baixo carbono, que permitiria reduzir a expansão da área
agrícola, não só para a produção de alimentos, como também para produtos de
exportação.
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