Anunciamos mais uma vitória parcial nessa batalha de
proteção da APA Aldeia-Beberibe, e agradecemos a todos pela participação e pelo
apoio à luta pela defesa e proteção da nossas reservas florestais. Esta
vitória é um exemplo do que podemos conseguir quando unimos nossos esforços. Este é o verdadeiro exercício da cidadania.
Agora, mais do que nunca, precisamos marcar presença na
AUDIÊNCIA PÚBLICA que acontecerá na próxima sexta-feira, dia 28/03/2014. (V. postagem anterior).
Transcrevemos a matéria publicada no Diário Oficial:
"Comunicamos a SUSPENSÃO DA LICITAÇÃO supracitada, publicada no D.O.U. em 18/12/2013, Seção 3, Página 173. Objeto: Contratação Integrada de Empresa para Elaboração dos Projetos Básico e Executivo de Engenharia e Execução das Obras de Implantação e Pavimentação do Anel Viário da Região Metropolitana do Recife, na Rodovia BR-101/PE. Brasília, 20 de março de 2014.
TARCÍSIO GOMES DE FREITAS - Diretor-Executivo"
E o Jornal do Commercio publicou hoje, no Caderno de Economia:
Suspensa licitação do Arco Metropolitano - Obra viária atrasa novamente e DNIT silencia sobre os
motivos
Depois de passar primeiro por um adiamento, no último dia
14, a licitação do Arco Metropolitano foi suspensa pelo governo federal na
última sexta-feira, sem anúncio de data para a retomada. O Arco é um projeto
para criar um novo contorno rodoviário do Grande Recife, uma alternativa ao
saturado trecho urbano da BR-101 e que, de quebra, vai impulsionar o transporte
de cargas, especialmente do polo automotivo da Fiat. O problema é que o
adiamento da licitação não foi justificado pelo governo federal e o silêncio do
órgão responsável pela concorrência pública, o Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit), gera preocupação principalmente pela
conjuntura política atual: o governador Eduardo Campos (PSB) e a presidente
Dilma Rousseff (PT) serão adversários nas eleições presidenciais deste ano. O
receio é que a disputa eleitoral tenha migrado para o plano administrativo. De
toda forma, pode-se afirmar que a postura do governo federal sacrifica e muito
o Estado de Pernambuco.
Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte
já fizeram suas versões de contornos metropolitanos. A necessidade é comum:
separar o tráfego intenso de caminhões e cargas pesadas do trânsito urbano
comum. No Grande Recife, o maior gargalo é notório: em Abreu e Lima, a BR-101
mescla o trânsito pesado com o vai e vem de carroças, vendedores com carrinho
de mão, pedestres e bicicletas. A via foi tão desfigurada que até a prefeitura
de Abreu e Lima tem calçada na rodovia federal.
Se a confusão ali parece muito hoje em dia, é bom
imaginar o seguinte: a partir do ano que vem, só o polo da Fiat Chrysler, de
onde sairão 200 mil veículos por ano, precisará receber diariamente 600
caminhões truck, 85 cegonhas, 40 carretas e 180 ônibus em três turnos de viagem,
mais 800 veículos leves. Para ser mais eficiente, a fábrica não prevê um pátio
para estocar veículos. “Como é que a Fiat vai receber durante o dia todo as
bobinas de metal de onde vêm as chapas para fabricar os carros? E como ela vai
escoar a produção? A Fiat não pode funcionar por Suape nessa situação. Mesmo
com um plano B, vai ter que buscar alternativa ou se inviabilizar. Uma delas
pode ser o Porto de Cabedelo, na Paraíba”, avalia o economista José Raimundo
Vergolino. “De todo jeito, é uma vergonha. É um sinal vermelho para a obra.”
O Arco Metropolitano é cogitado há anos, tanto como obra
pública como uma concessão, na modalidade parceria público-privada (PPP), e seu
primeiro orçamento foi de R$ 1,21 bilhão. Em 2012, o governador Eduardo Campos
tentou emplacar a rodovia no programa federal de concessões, sem sucesso.
A história mudou quando se começou a cogitar uma
candidatura de Eduardo: em abril de 2013, o governo federal decidiu assumir a
obra, que só teve o edital lançado em 18 de dezembro passado, no Regime
Diferenciado de Contratação (RDC), que tem orçamento secreto.
Para o vice-presidente da Federação das Indústrias de
Pernambuco (Fiepe), Ricardo Essinger, a situação está mais para sinal amarelo.
“Vermelho seria anunciar que a obra não será feita. Mesmo assim, é preocupante,
claro, sem dúvida”, afirma Essinger.
“É mais um problema que vai ser criado para a mobilidade.
A Fiat vai ter que arranjar alternativa. Pode ser o Porto de Cabedelo ou a
proposta estadual, que é criar alternativas usando um conjunto de vias
estaduais”, comenta Essinger.
A questão na segunda alternativa, diz o vice-presidente,
é que se trata de mais necessidade de investimento estadual, em uma conjuntura
em que não há abundância de tantos recursos. O pacote de 11 rodovias é estimado
em cerca de R$ 230 milhões.
A Fiat, procurada, informou que não comentaria o assunto.
O Dnit, procurado, não se pronunciou.
Confira a íntegra da reportagem no JC desta terça (25),
que traz, entre outros, análise sobre impugnação do Fórum Sociambiental de
Aldeia.