Usinas térmicas de Aldeia - localizadas junto aos aquíferos |
Seguem alguns textos esclarecedores e os links de onde foram tirados:
[As usinas térmicas] Contribuem
para o aquecimento global através do efeito estufa e da chuva ácida. A queima
de gás natural lança na atmosfera grandes quantidades de poluentes, além de ser
um combustível fóssil que não se recupera.
O
Brasil lança por ano 4,5 milhões de toneladas de carbono na atmosfera, com o
incremento na construção de usinas termelétricas esse indicador chegará a 16
milhões.
Este
governo “brasileiro” pretende agora instalar 49 (!) usinas termoelétricas no
Brasil inteiro, movidas a gás natural e a serem compradas de multinacionais. E,
se as concessionárias que possuirão essas malfadadas usinas estão sendo
privatizadas, por que os gastos com as instalações estão sendo feitos com o
dinheiro do povo pobre e indo em beneficio de particulares multibilionários?
Não devia ser o povo brasileiro a ganhar com a “venda”? E ao contrário do que
tem sido divulgado no Brasil como propaganda enganosa, o gás natural não é
energia limpa, ele é apenas 20% menos poluente do que o petróleo. Para cada GWh
produzido com gás natural, são emitidas em torno de 500 toneladas de CO2 para a
atmosfera. E para que essas 500 toneladas sejam lançadas ao ar do Brasil, basta
apenas duas horas de operação de cada uma dessas usinas que querem
desnecessariamente espalhar pelo País. Os gases poluentes emitidos agora para a
atmosfera demorarão 150 anos para se dissipar. (...)
Nos
últimos dias está sendo veiculada uma campanha publicitária que usa o seguinte
slogan para as termoelétricas: “Sem influência das estações climáticas”. É
‘perfeitinho’, pois o slogan certo mesmo para as termoelétricas é: “Têm
influência nas estações climáticas”!
O
Brasil tem muito a ganhar em termos de conservação de energia, por exemplo. O
Coeficiente de Intensidade Energética (CIE) que dá uma medida do quanto
eficiente é o parque energético, indica que o CIE do Brasil é de 0,64 enquanto
que o da Alemanha é de 0,32 e o do Japão é de 0,27, mostrando que existe muito
espaço no Brasil para tecnologias e medidas que aumentem a eficiência
energética. Uma geladeira feita no Brasil consome cerca de 350 kWh enquanto que
essa geladeira de mesmo tamanho feita na Dinamarca consome 100 kWh. Ou seja,
nossas indústrias consomem muita energia para produzir equipamentos que
consomem muita energia e, conseqüentemente, com preços mais elevados. Seria (se
é que alguma coisa ainda faz sentido no Brasil de hoje…) preciso que o governo
criasse medidas para auxiliar a modernidade do nosso parque industrial. Assim,
além de podermos encontrar mais energia aqui mesmo, ao mesmo tempo nos
tornaríamos mais competitivos nos mercados internacionais.
Não
é com a instalação de usinas poluentes, danosas e caras que iremos aumentar
nossa eficiência energética e nossa competitividade, ao contrário,
continuaremos obsoletos e nos prejudicando ainda mais! O custo médio do MWh da
hidrelétrica fica entre US$ 17 a US$ 20, enquanto que o MWh da usina
termoelétrica está em torno de US$ 35. As nossas linhas de transmissão também
são obsoletas e estima-se que nos países do terceiro mundo a correspondente
perda de energia é da ordem de 20% da energia gerada. Vinte por cento sobre a
capacidade instalada no Brasil corresponde à cerca de 12 GW, exatamente uma
usina de Itaipu. Adicionalmente, anos atrás lançamos pela imprensa nacional a
idéia de um programa de substituição parcial das lâmpadas atuais por lâmpadas
mais eficientes existentes no mercado. Verificamos, naquela época, que através
de um programa desses poderíamos ganhar em todo o Brasil o equivalente a mais
uma usina de Itaipu.(...)
A
energia solar pode dar uma enorme contribuição para a redução do consumo-pico
de energia elétrica bem como proteger o ambiente e diminuir a demanda de
energia convencional. Poderíamos ainda citar várias outras soluções, mas apenas
mencionaremos as micro-hidrelétricas como saída complementar. Com a
disponibilidade de recursos de toda ordem e de energia limpa que o Brasil foi
abençoado (às vezes parece não ser meritório) e com as possibilidades de
conservação de energia verifica-se que não precisamos danificar o País nem
aumentar a poluição do nosso ar com essas nefastas usinas termoelétricas, que
gerarão piores conseqüências depois porém mais endividamento do País e
empobrecimento do povo agora. Temos muita energia de sobra e limpa aqui mesmo
sem necessidade de gastarmos em geração termoelétrica que é alienígena aos
nossos recursos energéticos e danosa ao País, ao povo e ao ambiente. Todavia, a
solução dos problemas brasileiros não tem passado pelos caminhos do apoio
explícito às necessidades básicas do povo e da defesa da Nação.
SOBRE
O AUTOR
Ernani
Sartori é editor científico de publicações internacionais
Email: solar@members.ises.org
Email: solar@members.ises.org
O
maior impacto ambiental produzido pelas termoelétricas são os gases, muitos
deles de efeito estufa. São produzidos óxidos e dióxidos de enxofre, óxidos de
nitrogênio, monóxido e dióxido de carbono, outros gases e particulados.
Também existe a geração de hidrocarbonetos. Os óxidos de nitrogênio são formadores de ozônio de baixa altitude, prejudiciais à saúde. A poluição causa problemas respiratórios, como infecções dos brônquios e doenças pulmonares.
Também existe a geração de hidrocarbonetos. Os óxidos de nitrogênio são formadores de ozônio de baixa altitude, prejudiciais à saúde. A poluição causa problemas respiratórios, como infecções dos brônquios e doenças pulmonares.
O
setor de energia ganhou as primeiras páginas dos jornais no início de 2013 com
o baixo nível dos reservatórios e a possibilidade de manter as termelétricas
ligadas ao longo de todo o ano para compensar a falta de chuvas. Célio Bermann,
professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, é um crítico severo
dessa solução. Um dos mais respeitados especialistas na área energética do
país, trabalhou como assessor da então Ministra Dilma Rousseff no Ministério de
Minas e Energia, entre 2003 e 2004. “Saí quando verifiquei que o Ministério de
Minas e Energia estava fazendo o contrário do que eu pensava que seria
possível", diz ele. Severo crítico da hidrelétrica de Belo Monte, fez
parte do painel de especialistas que concluíram que o projeto
da usina não deveria ter seguimento.
Bermann conversou com ((o))eco sobre os caminhos do setor energético e possíveis soluções para evitar o uso intensivo das termoelétricas como complementação das hidrelétricas.
((o))eco: O Ministério de Minas e Energia estuda usar as termelétricas de forma permanente, para poupar os reservatórios. O que o senhor acha disso?
Bermann conversou com ((o))eco sobre os caminhos do setor energético e possíveis soluções para evitar o uso intensivo das termoelétricas como complementação das hidrelétricas.
((o))eco: O Ministério de Minas e Energia estuda usar as termelétricas de forma permanente, para poupar os reservatórios. O que o senhor acha disso?
Utilizar termelétricas para complementar o sistema hidrelétrico é uma solução
equivocada. Em primeiro lugar, estamos falando de um sistema elétrico que
prioriza a geração de energia a partir da água, o que o torna dependente do
regime hidrológico. É preciso com urgência diversificar a matriz de
eletricidade do Brasil, utilizando fontes que, ao mesmo tempo, possam complementar
o regime da falta de água e que sejam viáveis do ponto de vista econômico e
ambiental.
((o))eco: Por quê?
((o))eco: Por quê?
Primeiro, porque a termoeletricidade pode custar 4 vezes mais do que a
hidroeletricidade. Além disso, utiliza três fontes fósseis derivados de petróleo:
óleo combustível, carvão mineral e gás natural. O principal problema na
utilização das fontes fósseis, ao meu entender, não são as emissões de gases de
efeito estufa. No caso brasileiro, o problema maior das termoelétricas é serem
emissoras de hidrocarbonetos, de dióxido de nitrogênio, de dióxido de enxofre,
de material particulado e de fumaça.
((o))eco: Quais são as consequências?
((o))eco: Quais são as consequências?
O impacto ambiental dessas fontes é sobre a saúde pública. A vizinhança dessas
usinas fica suscetível a doenças crônicas causadas por esse coquetel de
poluição.
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