sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

UTILIDADE PÚBLICA - Leishmaniose em Aldeia

O Fórum Socioambiental de Aldeia recebeu correspondência enviada por morador do Condomínio Ricaflora, alertando para casos de leishmaniose na nossa Região. Segundo consta do e-mail, a Secretaria de Saúde foi contatada, tendo a médica responsável pelo Setor de Vigilância e Saúde dito que "os casos são em Chã de Cruz e que só faria alguma coisa se aparecessem casos em Camaragibe".

Isto denota um grave descaso com a saúde da nossa população, que já vem sendo agredida com a dengue. Torna-se importante a divulgação do texto a seguir, que veio juntamente com o mencionado e-mail, para que possamos pressionar o poder público: 

LEISHMANIOSE em ALDEIA

Christina Peixoto
Fundação Oswaldo Cruz

Nossa Aldeia dos Camarás tem sido acometida com um surto de leishmaniose. Pelos dados fornecidos por agentes de saúde, são mais de 40 casos. Exija da Secretaria de Saúde de Camaragibe providências (Secretário de Saúde: Alexandre Ricardo M Costa, telefone do Gabinete: 2129-9571, ou ligue para Vigilância de Saúde – Dra. Viviane 9994-2005).

Pernambuco é uma área endêmica de leishmaniose onde há transmissão constante da doença, principalmente na Zona da Mata (JC 2013). É a segunda doença parasitária que mais mata, depois da malária.

A leishmaniose é uma doença infecciosa causada por protozoários parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos.

Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose tegumentar ou cutânea e leishmaniose visceral ou calazar.

A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior frequência nas partes descobertas do corpo.Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como “ferida brava”.
  
 A leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete principalmente crianças de até dez anos e idosos. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano.

A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Seus nomes variam de acordo com a localidade; os mais comuns são: mosquito-palha, tatuquira, birigui, cangalinha, asa branca, asa dura e palhinha. O mosquito-palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.
Os adultos parecem voar poucas centenas de metros, em geral com um voo saltitante e só picam partes do corpo não cobertas por roupas. Sua picada costuma ser dolorosa, e podem transmitir várias espécies de Leishmania, tanto em florestas quanto em ambientes modificados

A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra, nem de um animal para outro, nem dos animais para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito.
A Leishmaniose afeta principalmente canídeos (raposas, cães), roedores, edentados (tamanduás, preguiças) e equídeos que passam a ser reservatórios do protozoário.

Tratamento

O arsenal terapêutico para as leishmanioses é muito reduzido. Todas as medicações em uso são potencialmente tóxicas, nenhuma é totalmente eficaz.
Não existe uma vacina para humanos comprovadamente eficaz.
Os antimoniais pentavalentes, por via endovenosa, são as drogas mais indicadas para o tratamento da leishmaniose, apesar dos efeitos colaterais adversos.
Não havendo resposta satisfatória com o tratamento pelo antimonial pentavalente, as drogas de segunda escolha são a anfotericina B, cujo inconveniente é o alto preço do medicamento.
 As lesões ulceradas podem sofrer contaminação secundária, razão pela qual devem ser prescritos cuidados locais, como limpeza com água e sabão.
A regressão dos sintomas é sinal de que a doença foi pelo menos controlada, uma vez que pode recidivar até seis meses depois de terminado o tratamento.
Humanos e outros animais infectados são considerados reservatórios da doença. Por isto é importante fazer os exames também nos cães em caso de identificação da doença

Recomendações

* Mantenha a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos, mais escuros e com acúmulo de material orgânico. Ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer;
* Coloque telas em portas e janelas e embale sempre o lixo;
* Use mosquiteiros, repelentes, camisas de manga comprida, calças compridas e meias;
* Cuide bem da saúde do seu cão. Ele poderá transformar-se num reservatório doméstico do parasita que será transmitido para pessoas próximas e outros animais não diretamente, mas por meio da picada do mosquito vetor da doença. É aconselhável o uso de coleira antiparasitária (impregnada com deltrametrina) e vacinação (disponível nas clínicas veterinárias de Aldeia).

* Lembre-se de que os casos de leishmaniose são de comunicação compulsória ao serviço oficial de saúde.

Para saber mais:

BASANO, S. A.; CAMARGO, L. M. A. Leishmaniose tegumentar americana: histórico, epidemiologia e perspectivas de controle. Revista Brasileira de Epidemiologia, v.7, p. 328-337, n.3, 2004.
Drauzio Varella http://drauziovarella.com.br/letras/l/leishmaniose-visceral-calazar/
JC 2013 http://jconlineblogs.ne10.uol.com.br/maissaude/vem-ai-novo-remedio-para-leishmaniose-cutanea/
Wikipedia 2014. Leishmaniose. http://pt.wikipedia.org/wiki/Leishmaniose

Nenhum comentário:

Postar um comentário