Divulgamos, por ser de interesse público, a ata da reunião realizada no Caop, por ocasião da visita do Fórum Socioambiental de Aldeia, para tratar do Arco Viário Metropolitano.
MINISTÉRIO
PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
CAOP/MA
- CENTRO DE APOIO OPERACIONAL ÀS
PROMOTORIAS
DE JUSTIÇA DO MEIO AMBIENTE 1
MEMÓRIA
DE REUNIÃO
Data:
05 de maio de 2014
Início:
10 horas - Término: 12h30min
Local:
CAOP do Meio Ambiente/MPPE
Participantes:
1.André Felipe Menezes
– Coordenador do CAOP Meio Ambiente
2.Vilalba Soares –
Apoio Técnico CAOP Meio Ambiente
3.Ronaldo Sampaio –
Apoio Técnico CAOP Meio Ambiente
4.Aluísio Lessa –
Deputado Estadual de Pernambuco
5.Paulo Teixeira –
Presidente da CPRH
6.Manoel Ferreira –
Presidente do Fórum Socioambiental de Aldeia
7.Demais integrantes
do Fórum Socioambiental de Aldeia (cf. lista de presença)
O Coordenador do CAOPMA
iniciou a reunião, abrindo os trabalhos com o agradecimento pela presença de
todos, esclarecendo que a mesma foi solicitada pelo Forum Socioambiental de
Aldeia, tendo como objeto o Arco Viário Metropolitano, cujo traçado proposto
pelo DNIT cortaria a APA Aldeia Beberibe. O Coordenador CAOPMA se apresentou e
pediu que cada um dos presentes também se apresentasse, para todos se
conhecerem. Para fins de registro, destaca-se que o Dr. André Silvani da Silva
Carneiro, Promotor de Justiça e morador de Aldeia, se fez ausente em virtude de
gozo de férias, e a impossibilidade de comparecimento do Dr. Ivon Pires Filho,
Presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB/PE, também convidado. Após
breves palavras introdutórias do Coordenador CAOPMA, a palavra foi franqueada
aos presentes. Manoel Ferreira (Presidente do Fórum) – agradeceu
ao Ministério Público estar recebendo o Fórum Socioambiental de Aldeia, e
procedeu a breve explanação sobre a sua
composição e funcionamento. Herbert Tejo (engenheiro eletricista)
– resumiu os pontos levantados pelo Fórum contra o projeto apresentado
pelo DNIT para implementação do Arco Viário, lamentando que por vezes o
discurso político em torno das questões ambientais revela-se muito mais por marketing
do que por compromisso em proteger o meio ambiente. Hilton
Losant (advogado e Presidente da Associação dos Condomínios de Aldeia) – passou
às mãos do Coordenador CAOPMA cópia de documentos pertinentes ao
Arco Viário, com
destaque para pedido de impugnação do Edital de Licitação lançado pelo DNIT e
um CD com áudio da Audiência Pública realizada na ALEPE e de reportagem da JC
News após essa mesma Audiência (ver lista completa de MINISTÉRIO
PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO CAOP/MA - documentos
em documento que os explicita). Aluísio Lessa
(Deputado Estadual) – ponderou que algumas controvérsias
surgidas em torno do projeto do Arco Viário possivelmente decorrem da época
eleitoral que vivenciamos (Eleições 2014), destacando que há consenso sobre a
necessidade da obra em si – nenhuma força política se levantou contra o Arco
Viário – sobretudo para desafogar o trânsito na BR101, que dificulta a
mobilidade urbana. Outrossim, aponta que deveria ter ocorrido uma terceira
Audiência Pública, além das realizadas em Igarassu e Moreno, que seria justamente
em Aldeia onde significativo impacto ambiental se verifica à luz do traçado
proposto. Registrou, ainda, que o fator tempo é relevante
no contexto da obra,
diante das restrições da legislação eleitoral com a imposição de prazos para
lançamento de editais e início de obras. Mencionou que, durante visita de
cortesia do atual Governador do Estado à Assembleia Legislativa de Pernambuco,
ele reforçou pessoalmente ao Governador a necessidade de proteger a APA Aldeia
Beberibe. André Felipe Menezes (Coordenador CAOP Meio
Ambiente) – Neste ponto, aparteou o Deputado com a ponderação
de que, embora concorde com a necessidade da obra e esteja ciente das
restrições da legislação eleitoral, o fator tempo às vezes é utilizado como
elemento psicológico para impor a aceitação de obras a qualquer custo,
inclusive a custos ambientais
não sustentáveis, com
impactos que poderiam ser minorados com um
planejamento prévio
por parte do Executivo, se apresentasse traçado
ambientalmente mais
adequado no caso do Arco Viário. Paulo Teixeira
(Presidente
da CPRH) – acrescentou que uma solução para o fator tempo
poderia ser a fragmentação do licenciamento da obra por trechos, isto é,
poder-se-ia pensar em licenciar preliminarmente o trecho sobre o qual não há
controvérsia (trecho sul), deixando para momento posterior aqueles
controvertidos (trechos norte e oeste). Herbert Tejo –
ressaltou a existência de alternativa viável: como a BR408 já está duplicada,
poder-se-ia duplicar a PE41, que liga a BR101 norte à BR408 (na altura de
Carpina). Paulo Teixeira (Presidente da CPRH) – afirmou
que tal ideia demandaria novo projeto, novo estudo de impacto ambiental etc., o que frustraria a
possibilidade de rápida decisão sobre o licenciamento do
empreendimento, para
atender ao fator tempo. Por isso voltou à ideia do
fatiamento do projeto
para aprovação por lotes. Isso permitiria a própria execução dos trechos
licenciados (incontroversos) para ganhar tempo e não paralisar a implementação
do projeto como um todo. Neste momento, o Deputado Aluísio Lessa precisou
ausentar-se em virtude de outro compromisso agendado. Em seguida, foram
encetados debates sobre algumas imagens projetadas em datashow
contidas no RIMA do Arco Viário, discutindo-se os diferentes traçados possíveis.
Ao final dos debates, firmou-se consenso entre os presentes quanto à ideia
apresentada pelo Presidente da CPRH, concluindo-se pelo seguinte
ENCAMINHAMENTO:
será encaminhada cópia da presente ata a fim de externar o posicionamento
de consenso a que chegaram as discussões encetadas, no sentido de fatiar o
projeto do Arco Viário para aprovação por lotes, isto é, fragmentar o
licenciamento da obra por trechos, de modo a licenciar preliminarmente o trecho
sobre o qual não há controvérsia (trecho sul), deixando para momento posterior
os trechos controvertidos (norte e oeste). Para tanto, porém,
considerando que o Edital contempla dois lotes (o Lote 01 liga a BR101 norte à
BR408, e o Lote 02 liga a BR408 à BR101 sul cruzando a BR232), faz-se
necessário que o DNIT promova adequação do projeto submetido à CPRH, limitando
o lote 02 do Edital ao trecho que compreende a BR101 sul até a BR232 (Moreno),
uma vez que, da forma como apresentado o projeto sob apreciação da CPRH, não há
como fragmentar o licenciamento sem essa adequação. Caso o DNIT promova a
adequação em tela, o fator tempo restará atendido, permitindo-se que a obra
seja licitada e, após os trâmites de estilo, tenha sua execução efetivamente
iniciada com relação ao trecho licenciado. Em paralelo, prosseguiria a análise da parte
restante do empreendimento pela CPRH, de modo a assegurar que a obra se
ultimaria em pleno acordo com as exigências ambientais, prestigiando-se a
essência do que dispõe o princípio do desenvolvimento sustentável. Nada mais a
tratar, encerrou-se o presente termo, que segue assinado pelo Coordenador do
CAOP Meio Ambiente e demais presentes.
ANDRÉ
FELIPE BARBOSA DE MENEZES
Promotor de Justiça
Coordenador do CAOP/MA
ALUÍSIO
LESSA
Deputado Estadual de
Pernambuco
PAULO
TEIXEIRA
Presidente da CPRH
MANOEL
FERREIRA
Presidente do Fórum Socioambiental de
Aldeia
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