quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Início do Fim das Florestas?

Esta árvore já fez parte de uma floresta.
(Foto tirada na Amazônia, pelo Greenpeace)
Recebemos a matéria abaixo, do Greenpeace, através do nosso membro colaborador e ambientalista Fernando Wucherpfennig. No título original não havia a interrogação, mas achamos por bem colocá-la, porque recusamo-nos a crer que seja o fim e que sejamos tão estúpidos. Precisamos acreditar numa reviravolta cultural, ecológica, ambiental, estrutural, educacional, espiritual! Precisamos urgentemente sair do marasmo e nos engajarmos na luta, senão, muito em breve não haverá mais condição de vida no nosso tão belo planeta.
Perguntamos sempre pelos jovens: onde eles estão? O Fórum deveria estar cheio de gente jovem, com garra, entusiasmo e força para lutar pelo futuro deles, movimentando nossas reuniões com idéias, sugestões, novidades, ao invés de deixar a 'velha guarda' (com algumas exceções, naturalmente) lutando contra tantas frentes sozinha, quando poderíamos estar todos de mãos dadas num momento como este tão difícil em todos os aspectos, principalmente no que se refere ao nosso agonizante meio ambiente.
Fica aqui este apelo aos nossos jovens, para que pensem, reflitam e tomem uma atitude de unir-se a nós. Somente a união de todos poderá produzir algum fruto. Ou fazemos isto ou assistiremos de camarote o fim das florestas. Sem interrogação e com ponto final.

Segue a matéria do Greenpeace: 

 Greenpeace

Na noite desta quarta-feira (26), a Câmara dos Deputados mostrou o que quer: o fim das florestas no Brasil. Por 274 votos a 184, com duas abstenções, foi aprovada a proposta que desfigura o Código Florestal, escrita pelo deputado ruralista Paulo Piau (PMDB-MG) sobre o texto aprovado pelo Senado, segue agora para sanção da presidente, Dilma Rousseff. Se ela não se mexer, e vetar o texto, esse futuro será seu legado.
O texto aprovado dá anistia total e irrestrita a quem desmatou demais – mesmo aqueles que deveriam e têm capacidade de recuperar matas ao longo de rios, por exemplo – e ainda dá brecha para que mais desmatamentos ocorram no país. Ele é resultado de um processo que alijou a sociedade, e vai contra o que o próprio governo desejava. Com isso, avanços ambientais conquistados ao longo de décadas foram por água abaixo.
“Acabamos de assistir ao sequestro do Congresso pelos ruralistas. Pateticamente, a presidenta que tinha a maior base de apoio parlamentar na história recente deste país, foi derrotada por 274 votos de uma malta de ruralistas que se infiltrou e contaminou o tecido democrático brasileiro como um câncer”, diz Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Desde o início do processo, o Brasil esteve refém dos interesses do setor, que fez de tudo para incorporar suas demandas ao projeto de lei. A população, que se mostrou contrária à anistia aos desmatadores e a brechas que permitem mais devastação, foi o tempo inteiro ignorada”.
Há mais de uma década os ruralistas tentam acabar com o Código Florestal. Finalmente conseguiram uma brecha, alimentada pela indiferença de um governo que não dá a mínima para o ambiente e a saúde da população. O resultado é um texto escrito por e para ruralistas, que transforma a lei ambiental em uma lei de ocupação da terra.
“Enquanto o Congresso demonstra claramente que se divorciou de vez da opinião pública que deveria representar – e que em sua imensa maioria se opõe ao texto do código ruralista – resta à Dilma uma única alternativa. Ela tem de demonstrar aos brasileiros que está à altura do cargo que ocupa – e que ganhou ao prometer aos eleitores que não iria permitir anistia a criminosos ambientais nem novos desmatamentos”, afirma Adario. “Caso contrário, o governo vai dar provas de que é subjugado pelos ruralistas, ao sofrer mais essa derrota.”
Os brasileiros têm uma oportunidade de mostrar que não querem ver a motosserra roncar. A melhor resposta a essa reforma do Código Florestal é assinar o projeto de lei popular pelo desmatamento zero, que o Greenpeace e outras organizações encapam. Basta entrar em www.ligadasflorestas.org.br e participar.

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